15 de abril de 2011
Por Danilo Augusto
Da RadioAgênciaNP
Da RadioAgênciaNP
No dia 17 de abril de 1996, 19 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram assassinados e 69 foram feridos pela Polícia Militar do estado do Pará.
Passados 15 anos do episódio – conhecido como Massacre de Eldorado do Carajás – nenhum dos envolvidos nos assassinatos está preso. Diante dessa inoperância e morosidade da Justiça, artistas de todo o Brasil exigem a condenação dos responsáveis pelo Massacre.
STJ mantém condenações, mas culpados estão em liberdade
Sobreviventes lançam manifesto nos 15 anos do massacreAs marcas do massacre de Carajás 15 anos depoisAssentamento 17 de abril completa 15 anos de resistência Leia depoimentos de artistas, intelectuais e políticosCaminhos e descaminhos do processo jurídico
Vídeo: Dirigente da Bahia Marcio Matos apresenta objetivos da jornada
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Para a atriz Bete Mendes “é um choque nos depararmos com, passados 15 anos, ver permanecer impune o crime contra 19 trabalhadores rurais sem terra”. Já a cantora Leci Brandão espera que a presidente Dilma se comprometa com os movimentos do campo, e pague essa dívida que o Estado brasileiro deve os trabalhadores.
“Espero em Deus que a primeira mulher presidenta do nosso país, que é a Dilma Rousseff, tenha sensibilidade de fazer com que o Poder Judiciário faça definitivamente a reparação desses crimes hediondos, onde 19 trabalhadores foram assassinados. Que esses criminosos que cometeram os crimes sejam punidos e que haja definitivamente a reforma agrária nesse país. A sociedade brasileira e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra esperam uma resposta do Governo Federal.”
No dia do Massacre os sem terra bloqueavam a Rodovia PA-150 para forçar a desapropriação da área da fazenda Macaxeira, de 35 mil hectares. A atriz Cristina Pereira, que esteve no local antes do Massacre, relata a sua indignação com o descaso do governo brasileiro com o episódio.
“Eu quero expressar meu total apoio a luta do MST por justiça. Eu vi vários massacres contra trabalhadores rurais, e a maioria desses crimes ficaram impunes ou ainda estão submetidos à morosidade da Justiça. Quero mostrar minha indignação contra essa impunidade. Tive oportunidade de conhecer as pessoas que faziam parte daquele acampamento de Eldorado dos Carajás em 1996. Fiquei muito revoltada com tudo isso e estou prestando minha homenagem para meus amigos, que foram por poucas horas, que até hoje clamam por justiça.”
O ator Marcos Winter também relata que a impunidade no caso é uma vergonha para o Brasil. Ele afirma que está “junto às pessoas de bem que até hoje assistem assombrosamente o descaso com o Massacre”. Ele salienta que o Brasil “não pode esquecer jamais que o Massacre de Carajás é apenas mais um dos muitos fatos que envergonham o país e que os governantes não têm moral para resolver”.
Em 2002, o presidente Fernando Henrique Cardoso instituiu o 17 de Abril, como o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.A atriz Priscila Camargo lamenta que dos 144 envolvidos na ação, apenas dois foram condenados.
“Essa notícia deixa os artistas e todo o povo brasileiro muito triste. Não foi a primeira vez que a impunidade prevaleceu no nosso país. As pessoas devem entender que o trabalho que o MST faz é para todos. Estão lutando pelo direito que todas as pessoas têm: terra, moradia e trabalho. Eles lutam por todos. Quando vimos que 15 anos se passaram e nada foi feito, dá uma tristeza. É triste também saber que passou todo o governo Lula e ainda essas famílias e trabalhadores que sofreram essas perdas e choque horroroso continuam sem respostas.”
Os condenados, depois de conturbados julgamentos foram o coronel Mário Collares Pantoja, que pegou 228 anos de prisão e o major José Maria Pereira de Oliveira, que foi condenado à 158. Ambos aguardam julgamento de recurso em liberdade. Na época do Massacre, o presidente do Brasil era Fernando Herrinque Cardoso e o governador paraense era Almir Gabriel, ambos do PSDB.
Fonte: http://www.mst.org.br/node/11584
“Espero em Deus que a primeira mulher presidenta do nosso país, que é a Dilma Rousseff, tenha sensibilidade de fazer com que o Poder Judiciário faça definitivamente a reparação desses crimes hediondos, onde 19 trabalhadores foram assassinados. Que esses criminosos que cometeram os crimes sejam punidos e que haja definitivamente a reforma agrária nesse país. A sociedade brasileira e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra esperam uma resposta do Governo Federal.”
No dia do Massacre os sem terra bloqueavam a Rodovia PA-150 para forçar a desapropriação da área da fazenda Macaxeira, de 35 mil hectares. A atriz Cristina Pereira, que esteve no local antes do Massacre, relata a sua indignação com o descaso do governo brasileiro com o episódio.
“Eu quero expressar meu total apoio a luta do MST por justiça. Eu vi vários massacres contra trabalhadores rurais, e a maioria desses crimes ficaram impunes ou ainda estão submetidos à morosidade da Justiça. Quero mostrar minha indignação contra essa impunidade. Tive oportunidade de conhecer as pessoas que faziam parte daquele acampamento de Eldorado dos Carajás em 1996. Fiquei muito revoltada com tudo isso e estou prestando minha homenagem para meus amigos, que foram por poucas horas, que até hoje clamam por justiça.”
O ator Marcos Winter também relata que a impunidade no caso é uma vergonha para o Brasil. Ele afirma que está “junto às pessoas de bem que até hoje assistem assombrosamente o descaso com o Massacre”. Ele salienta que o Brasil “não pode esquecer jamais que o Massacre de Carajás é apenas mais um dos muitos fatos que envergonham o país e que os governantes não têm moral para resolver”.
Em 2002, o presidente Fernando Henrique Cardoso instituiu o 17 de Abril, como o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.A atriz Priscila Camargo lamenta que dos 144 envolvidos na ação, apenas dois foram condenados.
“Essa notícia deixa os artistas e todo o povo brasileiro muito triste. Não foi a primeira vez que a impunidade prevaleceu no nosso país. As pessoas devem entender que o trabalho que o MST faz é para todos. Estão lutando pelo direito que todas as pessoas têm: terra, moradia e trabalho. Eles lutam por todos. Quando vimos que 15 anos se passaram e nada foi feito, dá uma tristeza. É triste também saber que passou todo o governo Lula e ainda essas famílias e trabalhadores que sofreram essas perdas e choque horroroso continuam sem respostas.”
Os condenados, depois de conturbados julgamentos foram o coronel Mário Collares Pantoja, que pegou 228 anos de prisão e o major José Maria Pereira de Oliveira, que foi condenado à 158. Ambos aguardam julgamento de recurso em liberdade. Na época do Massacre, o presidente do Brasil era Fernando Herrinque Cardoso e o governador paraense era Almir Gabriel, ambos do PSDB.
Fonte: http://www.mst.org.br/node/11584
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